06 novembro 2006

Prognóstico

Dentro de dez anos, o capital chinês estará casado com o capital indiano no domínio da economia moçambicana, com um centro redistribuidor na África do Sul.

4 comentários:

Anónimo disse...

Isso em condições normais, se não quisermos contar com os "contra-ataques" dos que sempre influenciaram o insucesso da "nossa" emancipação económica. A crescente influência do investimento chinês é visível. Todavia, Moçambique ainda está sob custódia política dos países da OCDE e EUA. Decorrente dessa asserção, pode-se postular que a crescente expansão chinesa em África, ainda não escapou ao controlo dos países do Centro Capitalista, daí que seja muito improvável que isso se materialize, pelo menos dentro do período avançado pelo Professor. Uma coisa pode estar certa: precisamos de uma nova ordem mundial. A actual ainda não está decapitada. Por isso, tenho dúvidas

La Strega disse...

Se estamos a falar em casamentos, nao sei bem se serao os capitais a casarem entre si, porque quase me parece que cada um navega em economias paralelas, tentando a sua hegemonia... Talvez aconteca uma poligamia, em que as partes nao se excitem demais umas com as outras... O que e real e previsivel e que a lua de mel sera sempre, isso sim, a Africa do Sul.

Mas seria interessante, se os novos grandes (do mundo menor) sao a China, a India e o Brasil, se houvesse um maior equilibrio, uma menor manipulacao e uma melhor interaccao entre as partes.

Nao sei se partilho do optimismo do Egidio... Acho que precisamos de ordem, mas nao necessariamente mundial. Acho, acima de tudo que precisamos que nao nos estripem as entranhas. O que basta e de sistemas de dominio. Nao da mais para continuar a ser cao que so muda de quintal.

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a "la strega" quanto aos seus anseios e vontade de "deixarmos de ser cão que apenas muda de quintal".
Todavia, precisamos isso sim, analisar as condições que permitiriam tal "descolonização".
Em espaços de comentários como este dificilmente fica tudo claro.
Mesmo assim, eu não vejo nenhuma hipótese de uma casamento entre o capital indiano e o chinês em Moçambique, muito menos em África - a não ser que tenha entendido mal - por razões já expostas. E acrescento:
Quando falo de uma Ordem Mundial nova, refiro-me exactamente à uma outra razão; uma nova forma de estar no Mundo, e não necessariamente um outro Imperador.
O tipo de relacionamente que a China tenta estabelecer com os países em vias de desenvolvimento, principalmente a África é, em menor ou maior grau, o mesmo que os EUA estabeleceram com a Europa do pós guerras (I e II G.Mundiais). E hoje vemos em que isto tudo descambou?! Servilismo Puro, com a Inglaterra a capitanear a procissão.
A ordem tem suas etapas para o seu estabeleceimento e consolidação.
Para o caso vertente, vejo a China nestes termos.
a) Primeiro pretende "invadir" o mercado, com a sua novel indústria transformadora bem como serviços.
A títulos concessionais, pretende "inundar" o mercado - lê-se, Moçambique - de construção civil, com obras de grande envergadura, que de facto, faz tanta falta à Moçambique.
Os "Planos Marchais" do tipo novo irão ou pretendem substituir os termos concessioanais tradicionais dos países da OCDE e instituições de Breeton Woods. Assim, a Á frica fica atraída e entra "pelo cano", como diriam os brasileiros. Daí vem o BIG STICK - já sabemos o que implica.
O novo imperialismo, na verdade, vem do império do meio e os nossos políticos actuais sabem-no. Apenas aceitam porque pretendem salvar as suas promessas eleitorais.
Para o caso da SADC, a China tem um outro plano muito claro. Até 2010, o chinês deverá entrar em currículos escolares e começar a ser ensinada (esta iformação pode ser encontrada dentre vários documentos de cooperação entre a China e países da África Austral).
A nova ordem económica que a China pretende estabelecer com a África colidirá com a Índia, dado que este útlimo está já casado com o Capitalismo americano. A recente visita de Bush à Nova Dehli bem como a sua agenda atesta-no. Por isso, não muito tarde veremos crispações políticas entre esses dois "novos que chegaram tarde".
A União Europeia já reagiu à crescente ascensão da China e tomou medidas em relação aos novos Direitos de Propriedade Intelectual.
Moçambique deverá saber lidar com esse tipo de coisas, pois ele constituti um espaço geográfico onde, dependendo das condições, constituirá o campo de batalha dos interesses capitalistas.
Não foi a Base das Lages -Portugal -trampolim para a invasão do Iraque?
Por útlimo, uma outra questão: Quais as possibilidades de uma emancipação económica autónoma?
Poderei elaborar esta ideia em entradas futuras.
Abraços
EG.Vaz R.

Carlos Serra disse...

Daqui a dez anos fazemos o ponto de situação...