24 setembro 2012

Democracia formal e prescrição hipnótica (5)

Quinto número da série. Escrevi no número anterior que expressões do género "Há liberdade de pensamento porque vivemos numa democracia", "eleições são expressão de democracia", dotam a locução de um pensamento unidimensional, escamoteando a realidade e suas contradições. O pensamento unidimensional assume a democracia formal como a única, como a real. Como escreveu Marcuse, "Elementos mágicos, autoritários e rituais invadem a palavra e a linguagem". Figuras políticas de todos os azimutes, da esquerda à direita, comungam ruidosamente do mesmo ideal: a defesa da democracia formal. A defesa da democracia formal, em toda a sua plenitude retórica e ideológica, assenta num princípio tornado sacrossanto: o de não mudar as relações sociais. A linguagem tornou-se serva da manipulação na sociedade do espectáculo e dos rituais de linguagem. Se não se importam, prossigo mais tarde. Crédito da imagem aqui.
(continua)

1 comentário:

Salvador Langa disse...

A democracia afinal está em todos os pratos da malta, é muito democrática e não provoca digestão.