29 outubro 2013

Cenários pós-Santungira (8)

Oitavo número da série. Prossigo no primeiro dos cinco pontos do sumário proposto no número inaugural, com a indicação expressa de que em todos eles apenas terei em conta pequenas hipóteses que, absolutamente, precisam ser testadas. 1. O significado de Santungira. No número anterior deixei expresso que um conjunto de problemas especialmente ocorrido entre 2004 e 2010 terá contribuído para reconduzir a Renamo ao aguilhão do seu nascimento e da sua vida castrense, com um primeiro clímax em Nampula (onde Dhlakama fixou residência em 2010 saído de Maputo) e um segundo, mais pleno, na zona sofalense da antiga guerrilha, em Santungira (onde Dhlakama fixou nova residência em 2012). Que tipo de problemas? Proponho, entre outros, os seguintes:
1. Resultados eleitorais negativos em 2004 e 2009 e alegação de fraude
2. Erro político e vitória de Deviz Simango na Beira (2008)
3. Cissiparidade política e formação do Movimento Democrático de Moçambique (2009)
4. Desobediência dos deputados do partido na Assembleia ds República
5. Crítica permanente por parte da Frelimo e dos partidos acomodados
6. Sistemática recusa das propostas apresentadas na Assembleia da República
7. Desgaste das ameaças de manifestações de desobediência civil
8. Atracção financeira dos recursos naturais
9. Nampula e Santungira: aposta política no sacrifício, na frugalidade, na heroicidade e na fidelidade
Se não se importam, prossigo amanhã.
(continua)
Adenda às 5:18: sobre o que o "Notícias" chamou "desactivação" de uma base da Renamo em Marínguè, província de Sofala, confira aqui; a propósito da base, o "Verdade Facebook" exibe um mapa, aqui.
Adenda 2 às 5:33: leia um despacho da "Rádio França Internacional", aqui.
Adenda 3 às 5:36: certos jornais digitais, redes sociais e blogues do copia/cola/mexerica buscam o sensacionalismo mais imediato, mais ruidoso.
Adenda 4 às 5:44: leia um trabalho de Daniel Plaut intitulado "Mozambique's Forgotten Soldiers: Who Counts as a Veteran?", aqui.
Adenda 5 às 8:35: "Quantidades significativas de produtos agrícolas alimentares, com enfoque para amendoim, milho e feijões, estão a deteriorar-se na província de Nampula e, segundo apuramos, o facto deve-se a dificuldades para garantir o seu escoamento para os principais mercados no sul do país por parte dos intervenientes no processo de comercialização, que se mostram receosos em atravessar a zona centro que, nos últimos dias, tem vivido uma grande tensão provocada pela acção de homens armados que atacam veículos transportando mercadorias e pessoas indefesas." - "Wamphula Fax" 1953 de hoje, primeira página.
Adenda 6 às 8:41: notícia por confirmar sobre um ataque na Estrada Nacional n.º 1, aqui.
Adenda 7 às 9:51: um trabalho de Ludger Schadomsky sobre Dhlakama e Renamo, aqui.
Adenda 8 às 9:56: ex-primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, afirmando que o seu país não tem capacidade para intervir no nosso país, aqui.
Adenda 9 às 10:00: no "O País", aqui.
Adenda 10 às 15:59: alerta da Bloomberg sobre riscos financeiros com o recrudescimento da tensão política no centro do país, em particular no que concerne ao carvão, aqui.
Adenda 11 às 15:33: o mesmo tipo de advertência feito pela Oilprice, aqui.
Adenda 12 às 16:16: até agora, nenhuma referência nos noticiários da "Rádio Moçambique" a qualquer situação anómala na Estrada Nacional n.º 1.

1 comentário:

Salvador Langa disse...

Gostava de saber para onde vai a roupa recolhida.
http://www.opais.co.mz/index.php/politica/63-politica/27596-fadm-assaltam-base-e-sede-da-renamo-em-maringue.html