23 outubro 2016

Boatos

Aqui e acolá, tirando partido da inquietação e como que da componente subliminar das pessoas, surgem relatos de hecatombes bélicas, irrompem descrições de fenómenos objectivamente fabricadas para causar inquietação e pânico, reportagens com fontes havidas por credíveis dando conta de dezenas de mortos e de feridos em combate, recurso a fontes que só têm um lado emissor, saladas informativas ruidosas juntando dados prepositadamente fora do contexto, proliferação de arautos da tragédia sem fim multiplicando sem pausa, por mil caminhos, textos castrenses, etc. Vivemos uma época política propícia aos boatos. Os boatos ganham terreno quando duas condições estão reunidas: incerteza e medo. Há dois tipos de boatos: os espontâneos e os intencionalmente provocados. Neste último caso, regra geral de natureza política, podem assumir o papel de mísseis ideológicos devastadores, com especial incidência em certos blogues e em páginas das redes sociais digitais ostensivamente criadas para gerar pânico e terror. A incerteza e a angústia são alimentadas e ampliadas pela ausência de informação oficial atempada e regular.

1 comentário:

Manuel Lobo disse...

Os boatos são prolíficos quando a informação falta, ou quando as pessoas não confiam na informação que lhe é prestada!